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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Caboclo Boiadeiro


O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens. Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores. Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).
Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais. Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática dada magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos). Quando bradam altoe rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus. Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa. Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles. Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc... Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
Xeituá Caboclo Boiadeiro

Pai Kabila de Oxoce

paitoninho | Baba Kabila de Oxossi e Baba Toninho de Xangô
Pai Kabila ( a esquerda) e Pai Toninho de Xango


Wladimir de Carvalho, o Pai Kabiladeji de Oxóssi, (São Paulo7 de julho de 1950) é um babalorixá do Candomblé de São Paulo, pertence ao Axé da Casa de OxumareSalvadorBahiaque, segundo os historiadores, possui mais de dois séculos de existência. Filho-de-santo da Iyalorixá Mãe Nilzete de Iemanjá e neto de santo de Mãe Menininha do Gantois.
               Nasceu em São Paulo no dia 07 de Julho de 1957, recebendo o nome de batismo de Wladimir de Carvalho, neto de imigrantes italianos e portugueses recebeu educação religiosa Católica até seus doze anos de vida, pois desde os seus seis anos de idade Pai Kabila, já começou a sentir o dom da espiritualidade que veio em forma de alteração em sua saúde, não havendo na época remédio que pudesse resolver seu problema. Sua mãe, muito católica relutou em levá-lo para uma benzedeira para olhar o problema, onde foi detectado seu dom espiritual.
Esta senhora que era conhecida por todos do bairro de Vila Isabel em OsascoSão Paulo, era iniciada na religião do Candomblé de Angola e era filha do Orixá Xangô, tinha sua dijína de Oba Tunké, foi ela que levou Pai Kabila pela primeira vez em uma casa de Candomblé em uma festa para crianças (Ibeji) no mês de setembro, onde Pai Kabila se sentiu muito mal e desmaiou (bolar no santo) como se dizia na época.
Assim Dona Lindaura (Obatunke) falou para a mãe de Pai Kabila a Senhora Dona Yolanda que ele tinha dom espiritual e que era preciso iniciá-lo na religião do Candomblé; Dona Iolanda desconhecendo a religião logo foi dizendo um “não” não quero meu filho envolvido nessas coisas de macumba, assim Pai Kabila continuou sofrendo por mais um ano com sua doença, vendo que remédios não faziam o menor efeito para a cura de Pai Kabila, ela então resolveu encaminhá-lo para que se pudesse fazer então a iniciação no Candomblé para que ele pudesse ser curado.
Sendo assim, aos treze anos de idade Pai Kabila foi levado para uma casa de Candomblé na cidade de Osasco no Bairro do Jardim Oriental e foi iniciado pela Iyalorixá Sambauê de Oxum, filha do saudoso Pai Olegário de Omolú do Recife, de raiz do sítio do Pátio do terço da nação de Angola, sua iniciação se deu para o mundo do Candomblé no dia 19 de fevereiro de 1970, onde recebeu dijína de Kabiladegy, que com o passar do tempo passou a ser chamado por Pai Kabila.
Como tinha que ser e já estava escrito em seu destino Pai Kabila com uma vidência anormal começou a desenvolver o seu dom, falando para as pessoas o que via e sentia até que se manifestou seu caboclo “Pena Verde”, com quem começou a atender o público no ano de 1974, todas as, quinta-feira e sábados, a fila de pessoas querendo se consultar com o caboclo Pena Verde era enorme, e era feita em sua casa, pois não existia um local específico para o atendimento do grande público, e não podia ser diferente, pois Pai Kabila ainda era muito novo na religião do Candomblé e não jogava Búzios, pois esse ritual somente pode ser realizado por Babalorixás ou Iyalorixás, “pessoas com mais de sete anos de iniciados”.